No cenário da instrumentação industrial, uma dúvida bastante comum paira entre engenheiros, técnicos e gestores de manutenção: será que basta escolher o instrumento certo para garantir uma medição confiável e eficiente? A resposta direta e objetiva é não.
Embora a seleção adequada do instrumento – como um medidor de vazão, por exemplo – seja essencial, ela representa apenas o início de um processo muito mais complexo. Fatores como posição de instalação, montagem correta, configuração do equipamento e capacitação dos operadores são igualmente fundamentais para garantir que o instrumento funcione de forma eficiente, segura e dentro das expectativas do processo industrial.
Muito além da especificação técnica
Na prática, vemos casos frequentes onde o instrumento selecionado é, em teoria, ideal para a aplicação. Possui a tecnologia correta, atende às especificações de vazão, temperatura e pressão, e até entrega um excelente custo-benefício. No entanto, no momento da aplicação prática, surgem os problemas: o equipamento é instalado em local inadequado, sem considerar o posicionamento recomendado pelo fabricante, sem trechos retos suficientes na tubulação ou até mesmo em locais com vibração e interferência mecânica.
Além disso, a configuração do instrumento muitas vezes é negligenciada. Parâmetros básicos como unidade de medida, tipo de saída de sinal, ajuste de zero e span, alarmes e modos de operação são deixados com os valores padrão de fábrica, completamente desalinhados com a necessidade real do processo. Isso compromete diretamente o desempenho da instrumentação.
Instalar é mais que fixar
Instalar corretamente um medidor de vazão ou qualquer outro equipamento de instrumentação envolve mais do que fixar o item em um ponto qualquer da linha. O primeiro cuidado é garantir que as recomendações do fabricante sejam seguidas à risca. A maioria dos medidores de vazão, pro exemplo, exigem, trechos retos de entrada e saída da tubulação, com comprimento mínimo equivalente a 5 a 10 vezes o diâmetro da linha, dependendo do modelo e do fabricante do instrumento, para garantir um fluxo plenamente desenvolvido e estável.
Se essas exigências forem ignoradas, o instrumento estará exposto a turbulência, formação de redemoinhos e variações de pressão, o que causa leituras imprecisas, instabilidade no sinal e até falhas operacionais. Outros cuidados importantes envolvem o nivelamento do equipamento, o posicionamento em relação à direção do fluxo e o local de instalação no processo – longe de válvulas de controle, curvas ou entradas de bombas.
A importância de configurar corretamente
O segundo ponto crítico é a configuração do instrumento. Muitos acreditam que basta ligar o equipamento e ele funcionará automaticamente. Isso não poderia estar mais errado. Cada processo industrial tem características específicas – desde o tipo de fluido até a faixa operacional de vazão, densidade, viscosidade, entre outros.
Sem configurar corretamente os parâmetros internos do equipamento, é como utilizar um medidor digital sem saber ler o que ele mostra. E não é apenas sobre exibir a vazão correta na tela. É preciso integrar o instrumento com o sistema supervisório, CLPs ou controladores, ajustando as saídas analógicas e digitais, setando alarmes para desvios, e definindo filtros de leitura que eliminem oscilações falsas.
Além disso, é necessário garantir que os operadores compreendam o que o instrumento está mostrando, pois um display com números que não fazem sentido para a realidade da planta pode causar confusão, erros de interpretação e até decisões operacionais equivocadas.
O fator humano: operadores treinados fazem a diferença
Instalar e configurar corretamente o instrumento são dois pilares essenciais, mas o terceiro elemento do tripé da instrumentação eficiente é o ser humano: o operador. Se ele não sabe interpretar a leitura do medidor de vazão, quando elas não entende as condições normais do processo ou não percebe quando algo está fora do padrão, o sistema se torna vulnerável.
Treinar a equipe que irá utilizar a instrumentação é tão importante quanto fornecer o melhor equipamento. Um operador que compreende os sinais, sabe como agir diante de anomalias e domina a rotina de verificação garante um processo muito mais seguro, estável e eficiente.
Exemplo prático: a solução aplicada pela Chapecali
Um excelente exemplo de aplicação prática desses conceitos vem da Chapecali, empresa especializada em instrumentação e calibração de instrumentos. Em um de seus projetos, foi definido o medidor de vazão com melhor relação custo-benefício para um cliente do setor alimentício. No entanto, o trabalho não parou por aí.
A Chapecali realizou uma análise completa da tubulação existente e propôs e realizou a modificação no layout físico, de modo a permitir a instalação do medidor de acordo com as recomendações do fabricante, com os trechos retos necessários e o posicionamento ideal.
Em seguida, foi realizada a configuração completa do equipamento, alinhada com os parâmetros reais do processo: unidade de medida em m³/h, grandeza indicada no visor, forma de operação, definição de alarmes e sinais de saída. Por fim, a equipe técnica treinou os operadores locais, explicando como interpretar os dados e como utilizar o equipamento a seu favor.
O resultado foi um salto em confiabilidade nas leituras, maior segurança nas operações e controle total sobre a variável monitorada. A empresa passou a utilizar dados precisos para ajustar sua produção, evitar perdas e detectar desvios de forma proativa.
Tecnologia + aplicação correta = resultados reais
Este exemplo real reforça o ponto central deste artigo: não basta escolher o melhor instrumento. É preciso aplicar corretamente a tecnologia. Muitos investimentos são desperdiçados simplesmente porque a instalação foi mal feita ou o equipamento foi deixado com a configuração de fábrica, sem nenhuma personalização para o processo.
Além disso, muitos operadores ficam à mercê de instrumentos que “funcionam”, mas que eles não conseguem interpretar. Isso cria uma falsa sensação de controle, que desaparece no momento em que uma falha acontece – e os números exibidos já não fazem sentido.
Empresas que entendem esse cenário saem na frente. Elas percebem que a qualidade da instrumentação está diretamente ligada à confiabilidade do processo como um todo, e que o custo de um erro de medição pode ser altíssimo, tanto em perdas de produção quanto em riscos à segurança.
Conclusão: tecnologia só funciona com aplicação correta
A resposta à pergunta “Definir o instrumento é suficiente?” está mais do que clara: não. Escolher bem é essencial, mas instalar corretamente, configurar de forma personalizada e capacitar quem vai operar são os pilares de uma instrumentação de excelência.
A Chapecali é prova disso. Atuando de forma completa – desde a definição do instrumento até a entrega da solução instalada, configurada e funcional – a empresa garante que a instrumentação realmente entregue valor ao processo do cliente.
Na era da Indústria 4.0, dados confiáveis e instrumentos inteligentes são fundamentais. Mas só fazem diferença quando estão aplicados de forma técnica, consciente e alinhada às reais necessidades do processo.
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